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Lágrima sobre a Pastoral

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 Informações complementares
Ficha técnica:
 
Título: Lágrima sobre a Pastoral
Autor: Rafael Azevedo
Gênero: Romance
Capa: Marcelo Nunes
Ano de publicação: 2023
Edição: 1ª
Número de páginas: 220
Dimensões: 14 x 21 cm
Acabamento: brochura
ISBN: 978-65-980613-0-2

 

Sobre o autor:

Rafael Azevedo, 1989, é escritor brasileiro. Natural do Estado do Pará, pesquisa literatura em Belém (PA).  Publicou os contos Lavadeira de rio (Selo Off Flip, 2021) e Por dentro de rios voadores (Visgarolho, Portugal, 2022). Em 2021, lançou o romance Ecos no coração da terra (Kotter Editorial). Lágrima sobre a Pastoral (Editora Nauta, 2023) é seu segundo romance.

 

Sobre a obra:

Dois irmãos em conflito, uma família decadente de fazendeiros no interior da floresta; neste movimento de vozes, Rafael Azevedo constrói uma saga familiar com maestria, em um romance lírico e impressionista.

Nas costas soa a serpente, a espada de Carvalho corta a carne quase-morta, e não há outra saída a não ser lagrimar, e minha seiva é a lágrima que desce de meu corpo, uma resolução complexa, a lágrima é o corpo do meu eu, e o eu de lágrima elabora este mundo para a perdição, um filho da noite, elaboro-me em outro tempo, no que sou, no que fui, no não-fui e no não-sou, eu já nem sei se sou outra coisa ou homem, árvore e caminho, linguagem ou vazio.

 

O que se disse sobre a obra:

"Angelim é um jovem forasteiro que passa a morar em uma propriedade agrícola chamada Pastoral. Para que permaneça e seja integrado à família, a condição imposta é a de cavar poços à procura de uma água quase inexistente.

Nesta Pastoral, parida de uma natureza envenenada pela moralidade familiar em ruínas e por contínuas violências patriarcais, o trabalho aceito é a erva parasitária que cresce nos corpos, aprisionando-os como se fossem homens-árvores. Mas Angelim – nome que remete ao mesmo tempo à árvore e às entidades angelicais – é um ser de desejo livre, atravessado pela vida não experimentada. Sua psique em constante acontecimento busca saídas nas fissuras do sonho, de onde escapam seres fantasmagóricos ou telúricos. Nessa atmosfera devaneante o tangível se funde ao imaginário para produzir melodiosamente o tecido do qual é feito o véu delicado da humanidade.

Lágrima sobre a Pastoral, assim, é um romance do limiar que vem a partir de uma insônia que provoca a sobreposição de camadas de linguagem e discursos que distorcem a narrativa. É preciso escavá-la, independentemente da profundidade que tenha. Uma narrativa-poço, abismal tenebroso e fascinante, do qual pode tanto jorrar o doce da água boa do conhecimento, quanto o amargo do escuro que está dentro do ser. O poço é o espelho escuro, o círculo estreito, a prova do neófito, a espiral iniciática que nos prepara para a passagem. Passagem que todos temos de enfrentar um dia. 

Pastoral é o lugar do real e do irreal, portal de comunicação com as vozes assombradas da terra, das águas, dos vegetais, dos homens e dos etéreos que vêm para nos falar de uma região como metáfora da vida e da história.

Cavar, sulcar a terra, escavar-se, buscar profundidade. O que há para descobrir em um poço além da água? Em Lágrima sobre a Pastoral, a vida se afunda na procura e já “não é preciso dormir para ver a fábula”.

Sheila Maués Autiello

Università degli Studi di Milano
 
 
"Em Lágrima sobre a Pastoral, Rafael Azevedo constrói uma narrativa rica em significados, moderna em estrutura e corajosa em seus temas. O romance traz uma poderosa história sobre violência, pertencimento, hipocrisia e, sobretudo, transformação, além de exemplificar muito bem a originalidade e a versatilidade das novas vozes da literatura brasileira, especialmente aquelas que têm conquistado seu espaço longe do eixo Rio-São Paulo."
 
Bruno Inácio
(Leia a resenha completa no Blog da Nauta)

 

 

 

 

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