• ...   
 
cód.: 2025474280

Aos que descem a montanha

(Em pré-venda por tempo limitado com desconto - de R$ 60,00 por R$ 50,00)
Marca:
--
Frete e prazo
Pague com PIX
 PARCELAMENTO
1x R$52,00 com juros de 3,99% 7x R$9,14 com juros de 3,99%
2x R$27,00 com juros de 3,99% 8x R$8,25 com juros de 3,99%
3x R$18,66 com juros de 3,99% 9x R$7,55 com juros de 3,99%
4x R$14,50 com juros de 3,99% 10x R$7,00 com juros de 3,99%
5x R$12,00 com juros de 3,99% 11x R$6,54 com juros de 3,99%
6x R$10,33 com juros de 3,99% 12x R$6,16 com juros de 3,99%
*com juros de 3,99%
 PARCELAMENTO
1x R$50,00 com juros de 0,00% 6x R$8,33 com juros de 0,00%
2x R$25,00 com juros de 0,00% 7x R$7,14 com juros de 0,00%
3x R$16,67 com juros de 0,00% 8x R$6,25 com juros de 0,00%
4x R$12,50 com juros de 0,00% 9x R$5,56 com juros de 0,00%
5x R$10,00 com juros de 0,00% 10x R$5,00 com juros de 0,00%
*com juros de 0,00% no valor total do pedido
 Informações complementares
Ficha técnica:
Título: Aos que descem a montanha
Autora: Octávio Carmo
Gênero: Poesia
Capa: Marcelo Nunes
Ano de publicação: 2025
Edição: 1ª
Dimensões: 14 x 21 cm
Acabamento: brochura
Número de páginas: 108
ISBN: 978-65-83074-32-4
 
 
 
Sobre o autor:
Octávio Carmo (11/05/1976), jornalista, nasceu em São Roque do Faial, Portugal, e cresceu na Venezuela. Publicou poemas no VI e no VII Festival de Poesia de Lisboa. Assinou uma série de crónicas no 'JM', jornal publicado na Região Autónoma da Madeira, sendo ainda um dos responsáveis pelo projeto 'Memórias SRF', que procura preservar histórias de vida de emigrantes, entre duas margens do Atlântico. É autor do livro de poemas Dois outonos, publicado pela Nauta em 2024. É casado e pai de duas filhas.
 
O se disse sobre o livro:
Em um mundo que exige de nós atenção fragmentada e respostas imediatas, observar verdadeiramente já é um ato de resistência. Transformar essa atenção em poesia, no entanto, requer mais que tempo: exige sensibilidade aguçada, um olhar capaz de capturar o que escapa aos apressados.
Octavio Carmo domina essa alquimia rara. Em Aos que descem a montanha, ele não apenas enxerga o invisível nas miudezas do cotidiano (o peso de um silêncio, a cartografia de um gesto, a alergia da alma à própria primavera), mas as traduz em versos que reverberam como pequenos espelhos. Seus poemas são feitos dessa matéria-prima delicada e poderosa: a capacidade de nomear, sem reduzir, as coisas que todos sentimos, mas poucos sabem descrever.
O poeta não teme explorar as contradições da condição humana. Há um diálogo constante com o tempo, seja ele geológico, histórico ou íntimo, como se cada poema fosse um grão de areia na ampulheta. A montanha, metáfora central, não é um destino, mas o caminho que nos transforma ao desfazer-se sob nossos pés.
Aos que descem a montanha oferece ao leitor não um consolo fácil, mas a coragem de descer. O livro nos convoca a aceitar a queda como parte do voo, a encontrar beleza na impermanência e, sobretudo, a permanecer, mesmo quando tudo parece efêmero. Portanto, aceitemos o convite do autor: "Permaneçamos".

- Carla Maria Carreiro

 

Octávio Carmo escreve por combustão. Ao ler os versos das três seções que estruturam o livro: "Suspensão", "Queda" e "Impacto", podemos imaginá-lo andarilho num duplo movimento: por um lado pelas ruas de sua cidade, sob seu céu azul, fazendo-se pássaro por observação; por outro, caminhante das entranhas da alma, numa combustão de dúvidas, ponderações, uma ardência de quem está todo entranhado na matéria viva que é a argila da sua composição poética. Neste Aos que descem a montanha, Octavio cria um movimento que evoca uma jornada vertical - da ascensão ao descenso, culminando no encontro com o real da existência.
O poeta imprime uma tensão entre opostos em sua poética: o alto e o baixo, a suspensão e a queda, o eterno e o efêmero. Constroi uma linguagem que oscila entre o místico e o cotidiano, explorando temas universais como a mortalidade, o amor, a solidão e a busca de sentido. Na seção "Suspensão",  Octavio estabelece a perspectiva das suas observações em verso: "Nesse fio, / Suspenso no vazio, / Um equilibrista dança: / Crença por cima do abismo". A imagem do equilibrista como metáfora central para a condição humana - mas atravessado pela consciência transcendental, o olhar do poeta: um olhar participativo porque observa a cena mas está implicado nela, ele próprio é equilibrista sobre o abismo.
Os versos curtos e livres revelam sua relação profunda com a música, não numa referência tão explícita, mas no que há de inescapável que abita sua forma de compor: ritmo e sonoridade tecendo uma batida por vezes entrecortada quase ofegante. O uso de parênteses e barras fragmentam o discurso, oferecendo ao leitor não só mais do que uma possibilidade de leitura, mas sugerindo pausas, respirações, lembrando-nos que o silêncio também faz parte da música, da escrita, da composição: "(Em suspensão) / As partículas / Da existência". O livro como um todo tem uma arquitetura musical - os poemas numerados funcionam como movimentos de uma sinfonia e a  própria progressão temática (suspensão-queda-impacto) sugere uma composição em três andamentos. Octávio tem o mérito de escrever esse livro oferecendo uma coleção de poemas que é  simultaneamente íntima e universal. A poesia vai se desdobrando tanto sobre a vida do lado de fora, quanto a vida interna e nesse limiar entre o dentro e o fora há espaço também para a meta-poesia, para uma reflexão sobre o próprio ato poético: "Cultivo um excesso / De ingenuidade / E lanço palavras, / Acreditando no seu retorno". Uma autorreflexão que  perpassa toda a obra, revelando que o questionamento  do poder e dos limites da palavra não se separa de outros questionamentos metafísicos.
A coletânea não se furta a abordar questões do nosso tempo. Em poemas como "IA" e "Digitais", Octávio reflete sobre o agora: "Conheço / Todas as palavras, / Só não sei / Onde procurar / A alegria" e questiona nossa relação com a tecnologia: "Sem lugar, / Sem calma, / O polegar / Entristece a alma". Em seu movimento final,   poema-título, que encerra a obra, o poeta oferece uma síntese da jornada: "Uma ascensão / Agora imaginada / Nas memórias do regresso. / O prazer de contar a subida / Na inevitável descida / Para o nunca mais", revelando o movimento paradoxal da experiência poética: ascender através da descida, encontrar elevação no retorno ao terreno, mostrando-se numa linhagem de inspiração direta com a Comédia de Dante.
A obra de Octávio Carmo se apresenta como uma meditação profunda sobre a condição humana, construída através de uma linguagem depurada que não teme o silêncio nem os espaços em branco. É uma poesia que convida à contemplação e ao reconhecimento de nossa fragilidade fundamental e constituinte, mas também de nossa capacidade de criar beleza e sentido mesmo (mesmo onde porventura não há) – ou especialmente – diante do abismo. Não poderia ser diferente a criação desse poeta, tão arraigado à vida, tão devoto à combustão da alma.
- Francesca Cricelli
 Comentários

  Seja o primeiro a comentar!

 Produtos relacionados

 Receba Novidades