Abimeleq

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Sobre o autor:

Leandro Azeredo nasceu em São José dos Campos e, aos onze anos de idade, sua família se mudou para Santos, onde reside desde os anos 90. Na segunda série do primário, numa leitura escolar sobre Antônio Conselheiro em “Os sertões”, de Euclides da Cunha, sentiu pela primeira vez pulsar em suas veias o amor pela narrativa.

Nos anos 2000, sob o pseudônimo de Breu, foi vocalista em três bandas de rap, com grande relevância nos cenários regional e estadual: Criminal Mc’s; VD’A e Mr. Problema, onde compôs e interpretou diversas letras de rap, realizou e participou de inúmeras produções, inclusive audiovisuais. Entre uma composição e outra, reservou sempre um espaço para poesias e contos.

Em 2014, já com 35 anos, decidiu dedicar-se somente à literatura. Hoje, cursa Letras, e Abimeleq é seu primeiro romance.

Sobre o livro:

Abimeléque acorda em um hospital psiquiátrico, após um longo período de catatonia. Ele não sabe quem é, nem onde está. Fala em uma língua estranha, por vezes, e espera a volta do profeta Jeremias.

Os funcionários e pacientes do hospital lhe dão a alcunha de O Acordado, e ele logo faz amizade com outro interno, Zefo, que secretamente planeja um motim na instituição.

Romance de suspense, com uma atmosfera onírica, de tons bíblicos, onde cada personagem representa um vício humano, Abimeleq marca a estreia de Leandro Azeredo na ficção.

O que se disse sobre a obra:

"Leandro Azeredo é um bom dançarino. Conduz-nos com ritmo e maestria numa música difícil: a de criar ficção na tradição das narrativas históricas, religiosas e da fé. Dá passos ousados, rodopia, brinca com o humano e seus vícios, ressaltando, por efeito diverso, suas belezas.  

Abimeleq é um livro que nos convida a olhar para lugares nem sempre confortáveis. O passado, um hospício, a fronteira entre a loucura e a lucidez e a pergunta: onde estamos, afinal? A qual tempo pertencemos? E, nessa esteira, tentar, talvez, responder a pergunta impossível: quem somos nós? 

Seria Abimeléque mais um louco, ou apenas alguém capaz de viajar no tempo? Essa resposta talvez só caiba ao leitor. A mim a pergunta que estrutura o texto de Leandro é sobre quem de fato está desperto, acordado para o mundo, ou num estado catatônico. Estaria mesmo Abimeléque a viver neste estado, ou ele apenas foi assim diagnosticado por um sistema em si adormecido? Qual o preço em acordar? Estamos dispostos a pagá-lo? 

O texto de Leandro foge aos padrões e presenteia a literatura brasileira com uma pluralidade de vozes e estilos necessária para sua vitalidade. Um texto denso, mas gentil." 

- Samantha Buglione